Tenho recebido muitas mensagens a perguntar sobre a reação das irmãs à mais recente baby da família.
Decidi então vir aqui escrever e partilhar convosco o que tenho vindo a observar ao longo destas 3 semanas de vida da baby Maria do Carmo [a nossa Carminho, ou, como mais recentemente lhe chamam as manas, a nossa Cocas].
Venho de uma experiência não muito positiva no que diz respeito à aceitação da minha filha mais velha ao nascimento da mana do meio. Já aqui tinha desabafado sobre isto, neste post que escrevi – Companheirismo procura-se.
Por isso, confesso que estava expectante sobre como tudo iria correr. Receava pela mana mais velha, pelas características da sua personalidade e pelo modo como integra mudanças na sua vida; e receava igualmente pela mana number two, porque apesar de toda a força de personalidade que tem, esta força muitas vezes [a maior parte das vezes] disfarça uma vulnerabilidades enorme.
Apesar de todos estes fantasmas, e de por vezes ocuparem a minha mente, decidi que eles não fariam parte da novela da minha vida, e muito menos seriam a personagem principal.
Se há uma coisa que aprendi, com a minha experiência pessoal e profissional, é que as reações dos irmãos à vinda de novos bebés não está somente dependente do que nós, pais, fazemos para que o impacto seja o mais positivo possível. Existe, no interior de cada uma das crianças, características que podem abalar mais ou menos o seu desenvolvimento emocional e que são preponderantes neste processo.
Não será fácil anteciparmos reações, tal como não é seguro dizer que, se cumprirmos à risca o que vão dizendo aqui e ali, tudo correrá às mil maravilhas.
Acrescento ainda que se trata de um caminho, que se vai percorrendo pela primeira vez, sem conhecermos os obstáculos que surgem ou os atalhos que somos tentados a fazer ou ainda os cruzamentos que à nossa frente se deparam.
Assim, o caminho da maternidade e da família, que agora é a direito, amanhã pode ter uma curva bem apertada ou um buraco que temos de saltar.
Com isto quero dizer que o mais sensato mesmo, na minha opinião, é estarmos atentos. Observarmos comportamentos. Olharmos para reações. Escutarmos com o coração.
E observar, olhar e escutar sempre. Porque o caminho é novo. Não termina no primeiro mês que o bebé nasce. Nem no primeiro ano. Nem nos próximos. Porque ter filhos é para sempre e os nossos filhos serão, sempre, diferentes e únicos.
Por agora, o nosso caminho está a fazer-se sem grandes obstáculos. E isso deixa-nos respirar. E olhar de forma serena para o mundo à nossa volta. É bom. Está a ser bom.
A mana mais velha sente-se segura. E isso para mim é fundamental.
A mana que passou a ser do meio, com todos os preconceitos que existem à volta dos irmãos do meio, está encantada com esta bebé. E isso para mim é reconfortante.
As duas andam de volta da Cocas. Não a largam. Nem quando está a dormir. E eu vou deixando. Mesmo quando está a dormir.
A Constancinha tem transpirado algumas frases que me vão deliciando. Para além de estar sempre a gritar aos sete ventos que a mana é fofa, no outro dia quase que me implorou: “Mãe, pedes aos teus anjinhos para a Cocas não crescer?”
Hoje é assim. E eu vou estando à espreita. Sigo à frente no caminho, e opto por estar com atenção. Estarei com atenção a qualquer obstáculo, atalho ou cruzamento. E quando aparecerem, logo coloco o meu foco na resolução dessa situação.
E foi por isso que, lá em cima escrevi e para mim repeti, optei por não fazer desses fantasmas a personagem principal do nosso caminho de vida.
Que se mantenha assim!
For Love, With Love ❤️️
IrinaVazMestre | Psicóloga & Facilitadora de Parentalidade Consciente
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