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Foto do escritorIrina Vaz Mestre

A altura chegou

Minha querida bebé:

Ontem o teu quarto foi outro. Já não dormiste ao meu lado. Dormiste bem. Como dormes sempre. Às vezes choramingas e voltas a agarrar a chucha ou a voltar-te para o outro lado. E não precisas de muito mais do que isso. Tu resolves. E sem mim. A maior parte das vezes.

A verdade é que estás a crescer. E eu tenho mesmo de encarar isso. No outro dia asssutei-me. E por isso, pensei: “Já chega, tem mesmo de ser”!

Acordaste da sesta na cama que te viu recém-nascida. Aquela que se cola à minha cama. E fizeste tudo diferente do que costumavas fazer.

Sentaste-te no escuro do quarto. E puseste-te de joelhos. Ouvi um barulho forte vindo do quarto. Fui a correr. O meu coração batia. E enquanto corria lembrei-me de ter pensado, antes mesmo de te deitar naquela tarde, que aquela cama já não era segura. Cheguei ao quarto. Acendi a luz. Estavas na cama. E bem. Abracei-te. E agradeci.

Tinhas mexido num castiçal de vidro, pequeno mas robusto, que estava na minha mesinha de cabeceira. O barulho foi daí. O castiçal a cair no chão.

A altura chegou. Passaram 9 meses e 7 dias.

Aquela cama, que te viu recém-nascida, tinha de ser arrumada. A cama maior, que conforta bebés mais crescidos, tinha de ser montada. As tuas noites, que já há muito tempo são completas, já podiam ser dormidas sem o meu constante zelo, sem o meu doce olhar.

Ainda dormiste, já na nova cama, uma noite no meu quarto. E ontem, ao entrar no meu quarto e ao ver aquela cama ali, tão grande e já sem um canto para encaixar, percebi que tinha mesmo de aceitar que tu cresces, que o teu ritmo já é o ritmo das rotinas da nossa família e que, por isso mesmo, tu já estavas mais do que preparada para entrar no nosso ritmo.

E pronto. A altura chegou. Passaram 9 meses e 7 dias.

E dormiste a noite inteira. E em ti nada mudou. E eu também cresci mais um bocadinho com esta decisão. Relembrei-me que é importante respeitar os ritmos e voltei a alinhar-me com essa minha crença. Acredito mesmo que nós, Pais, devemos respeitar os vossos ritmos. E se o teu ritmo tivesse sido outro, o de precisares de te manter colada a mim, durante a noite, seria isso que eu respeitava. Seria essa necessidade que eu acolhia.

E para acalmar o meu coração e esconder o espaço que ficou no quarto dos pais, disse ontem ao teu pai: “Vamos comprar uma cama maior para nós, porque a partir de hoje, tem de haver espaço nesta cama para três miúdas, sempre que também elas precisem de acalmar o seu coração”.

For Love, With Love ❤️

IrinaVazMestre

|Psicóloga & Facilitadora de Parentalidade Consciente|

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